O Prêmio Pritzker já conta com mais de quarenta duas edições anuais ininterruptas, galardoando arquitetos e arquitetas de mais de 22 nacionalidades diferentes até então nunca nenhuma nacionalidade Africana havia estado entre as vencedoras, para se ter uma ideia, metade dos premiados são europeus; América, Ásia e Oceania dividem as outras edições, e até 2021 nenhum arquiteto o arquiteta africano teve a chance de receber o prêmio, sendo o único continente do globo a não possuir representantes no hall da fama da arquitetura. Por isso este ano de 2022 será um marco na história da Arquitetura mundial e particularmente para os Africanos.

Neste ano temos a honra de sermos galardoados com o Pritzker no nosso continente com a vitória do Arquitecto Francis Kéré a vencer o prêmio o qual, como Africanos que somos, enche-nos de orgulho inscrever um nome nos grandes da Arquitectura mundial com o prestimoso reconhecimento da obra do grande mestre Kéré é um acontecimento que reconhece a força das soluções locais, o poder da educação e instrução que podemos transmitir por meio da Arquitectura.

Diébédo Francis Kéré, é natural do Burkina Faso, fundador e arquiteto do escritório Kere Architecture, sediado em Berlim.

Independentemente de ser um arquitecto Preto ”como escrito” e africano, destaca-se o servir da Arquitectura nos últimos tempos concentrando seu valor nas soluções que valorizem o homem independentemente da sua condição financeira, ao mesmo tempo destacamos a Arquitectura como uma grande ferramenta para o desenvolvimento das comunidades e das populações.

A Arquitectura valoriza, a Arquitectura recicla e equilibra as condições de vida independente da renda ou condição de quem deve ser servido …. quer pobre ou rico.

Segundo o Pritzker, foi a escola primária de Gando, no seu país natal, que cimentou a fundação da ideologia de Kéré, ao “construir uma fonte com e para uma comunidade para preencher uma necessidade essencial e colmatar as desigualdades sociais”.

Kéré Actualmente com 56 anos de idade, desenhou o novo parlamento do Burkina Faso, a assembleia nacional do Benin, entre outros projetos, desenhou o , em Londres, o Parque Nacional do Mali, o pavilhão Xylem do centro de arte Tippet Rise, nos Estados Unidos, e o Instituto Goethe no Senegal.

A mensagem que o prêmio traz é de abrangência acadêmica como profissional, há a necessidade de nós acadêmicos e profissionais da área desenvolvermos incansavelmente e com alguma urgência soluções com materiais locais, bem como desenvolver ensaios que envolvam as populações de forma integrativo na construção de equipamentos para o uso próprio, garantido a longevidade, manutenção e profissionalização dos mesmos….

Ao mesmo tempo promovemos a visibilidade e o valor do arquitecto. O prêmio traz a mensagem oculta de que o futuro está em África, está nas comunidades e nas soluções locais.

“Consegue imaginar? Nasci no Burkina Faso, numa pequena aldeia onde não havia uma escola. E o meu pai quis que eu aprendesse a ler e escrever apenas porque podia então traduzir ou ler as suas cartas”, disse à norte-americana NPR.